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Foto Reprodução: Internet |
O nome do falecido ex-governador Eduardo Campos (PSB), que já apareceu
ligado a investigações da Lava Jato e da Operação
Turbulência, é citado em três diferentes novos casos, agora na
Delação do Fim do Mundo. O envio de petições pelo ministro relator do Supremo
Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, para outras instâncias judiciais fora da
Corte Suprema, mostra que Eduardo foi delatado pela cúpula da Odebrecht nos
casos de duas obras públicas de grande porte e também por doações à sua
campanha eleitoral de 2014. Eduardo Campos era presidente nacional do PSB e foi
o candidato a presidente da sigla nas últimas eleições. Faleceu em um trágico
acidente aéreo, em agosto de 2014.
Entre os casos que já estavam em tramitação, um é o inquérito que
investiga o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) no STF. O outro é a Operação
Turbulência, desdobramento da Lava Jato que mirou investigados sem foro
privilegiado ligados, entre outros fatos, ao avião que caiu e vitimou Eduardo
Campos.
Embora a Arena Pernambuco seja alvo de um pedido de investigação à
parte, fora do STF, Eduardo Campos não aparece na Delação do Fim do Mundo
diretamente ligado ao estádio. Os três novos casos em que o nome de Eduardo
aparece foram todos remetidos à Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) pelo
ministro relator, Fachin:
·
Petição 6.706 – Campanha de Eduardo Campos
É o caso reportado na
coluna, mais cedo, que envolve a PPP de Itaquitinga. Trata-se de
três delações – os ex-presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e Benedicto
Barbosa Júnior, mais Luiz Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental.
Na delação, a Odebrecht trata do contrato de Itaquitinga e diz ainda que o
acerto para a Odebrecht socorrer o projeto em 2012, um contrato de R$ 1,9
bilhão, envolveria ainda recursos para a campanha de Eduardo em 2014. Também
haveria uma promessa de contribuição para a campanha do governador Paulo
Câmara, o que não teria ocorrido efetivamente, dizem os delatores.
O que diz Fachin na petição:
Trata-se de petição instaurada com lastro nas declarações dos
colaboradores Marcelo Bahia Odebrecht (Termo de Depoimento n. 28), Fernando
Luiz Ayres da Cunha Santos Reis (Termo de Depoimento n. 29) e Benedicto Barbosa
da Silva Júnior (Termo de Depoimento n. 52). Segundo o Ministério Público, o
colaborador Marcelo Bahia Odebrecht relata que, a pedido do então Governador do
Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, teria autorizado o auxílio da Construtora
Odebrecht no Centro Integrado de Ressocialização por meio da DAG Construtora
Ltda. Alude-se, ademais, a pagamento em proveito da campanha de Eduardo Campos
e distribuição de dividendos de financiamento do BNDES. Informa-se, por fim, a
ocorrência de promessa de pagamento de valores à campanha de Paulo Câmara
ao Governo de Pernambuco, providência não efetivada”.
·
Petição 6,724 – Adutora de Pirapama
Principal obra hídrica de Eduardo Campos, Pirapama começou orçada em R$
400 milhões, terminou em R$ 600 milhões. Pela delação de João Pacífico e do
então diretor do contrato, Carlos Angeiras, houve uma combinação de preços no
contrato e “controle de mercado”. Eduardo e Aldo Guedes, ex-presidente da
Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), apontado como ex-sócio de Eduardo e
implicado em outras investigações, teriam combinado o recebimento de R$ 5
milhões por contratos da empresa.
O que diz a petição de Fachin:
Trata-se de petição instaurada com lastro nas declarações dos
colaboradores João Antônio Pacífico Júnior (Termos de Depoimento n. 9, 10, 32 e
46) e Carlos Fernando do Vale Angeiras (Termos de Depoimento n. 1
e 2). Segundo o Ministério Público, o colaborador João Antônio Pacífico Júnior relata a formação de ajuste para fixação artificial de preços e controle de mercado relativamente à obra Adutor Pirapama, na região metropolitana de Recife, nos anos de 2007 e 2008. Tais informações seriam corroboradas pelos relatos de Carlos Fernando do Vale Angeiras, subordinado de João Pacífico Ferreira. Relata-se, ainda, o pagamento de vantagem indevida ao então Governador Eduardo Campos e a seu interlocutor Aldo Guedes, consistente no percentual de 3% (três por cento) dos valores dos contratos que o Grupo Odebrecht mantinha no âmbito estadual, montante que alcançaria R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
e 2). Segundo o Ministério Público, o colaborador João Antônio Pacífico Júnior relata a formação de ajuste para fixação artificial de preços e controle de mercado relativamente à obra Adutor Pirapama, na região metropolitana de Recife, nos anos de 2007 e 2008. Tais informações seriam corroboradas pelos relatos de Carlos Fernando do Vale Angeiras, subordinado de João Pacífico Ferreira. Relata-se, ainda, o pagamento de vantagem indevida ao então Governador Eduardo Campos e a seu interlocutor Aldo Guedes, consistente no percentual de 3% (três por cento) dos valores dos contratos que o Grupo Odebrecht mantinha no âmbito estadual, montante que alcançaria R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
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Petição 6.671 – Fernando Bezerra Coelho
Em um inquérito não autorizado por Fachin, enviado para nova análise do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, novamente João Pacífico e Carlos
Angeiras relatam possíveis irregularidades em obras do Complexo Industrial
Portuário de Suape, entre 2010 e 2014. Na época, Eduardo Campos era governador
e Bezerra Coelho era ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff
(PT).
O que diz a petição de Fachin:
“Trata-se de petição instaurada com lastro nas declarações prestadas
pelos colaboradores João Antônio Pacífico Ferreira (Termos de Depoimento n. 11,
12, 13, 14, 32 e 46) e Carlos Fernando do Vale Angeiras (Termos de
Depoimento n. 3, 4, 5 e 6). Segundo o Ministério Público, tratam os colaboradores
de possíveis irregularidades associadas a obras vinculadas ao Complexo
Industrial Portuário de Suape, sendo os fatos narrados relacionados ao então
Governador de Pernambuco Eduardo Campos (falecido no ano de 2014) e, também, ao
então Ministro da Integração Nacional e atual Senador da Republica Fernando
Bezerra de Souza Coelho.”
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